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terça-feira, 7 de setembro de 2010

O ESPÍRITO SANTO EM ATOS DOS APÓSTOLOS


Atos dos apóstolos, de início, registra que a obra de Jesus foi continuada pelo Espírito Santo, através dos apóstolos. Eles, no entanto, não predominam no livro de Atos, mas sim o Espírito Santo.

Jesus é o assunto principal nos “evangelhos” e, em comparação, pouco é dito sobre o Espírito Santo. Mas, em Atos, o Espírito Santo é o Consolador, Ajudador e Mestre. Tudo na vida e na pregação dos apóstolos e dos crentes primitivos se centralizava em Jesus como salvador vivo e Senhor exaltado. O desejo de estender o evangelho até os confins da terra era de cristão (1.8). Mas o poder para realizá-lo era do Espírito Santo. Provinha, não somente de sua experiência pentecostal inicial, mas da consciência diária da presença, da orientação e da comunhão do Espírito Santo e de muitas manifestações do seu poder.

Jesus preparou, através do Espírito Santo os apóstolos. Mas isso não significa que o Espírito não pudesse operar através de outras pessoas, ou que a direção da Igreja fosse entregue aos apóstolos. O Espírito Santo comandaria tudo, Ele usaria quem desejasse. Muitos discípulos levaram o evangelho por onde passavam; após a morte de Estevão, ao passo que os apóstolos permaneceram em Jerusalém (At 8.1,4; 11.19-21). Ananias foi enviado para impor as mãos sobre Saulo de Tarso (9.10,17). Tiago, irmão de Jesus que não era apóstolo, teve sua proposta aprovada no concílio de Jerusalém, e assumiu a direção da Igreja em Jerusalém, no decorrer do tempo (At 15.13; Gl 2.12).

O livro de Atos demonstra que os apóstolos foram as primeiras testemunhas da ressurreição e dos ensinos de Jesus.

As condições impostas para a seleção de um sucessor de Judas esclarecem isso, pois precisava ser um dos que costumeiramente reuniram com os doze e viajavam com eles durante o ministério terrestre de Jesus, de modo que pudesse ser testemunha dos ensinamentos de Cristo. Tinha também de ser testemunha da ressurreição e da doutrina que Jesus ensinou após esse evento (At 1.21-25). Paulo fala do seu apostolado, não pelo fato de ter sido enviado por Cristo, mas por ter sido testemunha, em primeira mão tanto da ressurreição como das palavras de Jesus. Ele não recebeu dos homens o Evangelho que pregava, mas do Senhor Jesus (Gl 1.11,12, 16-19; 2.2,9, 10). Na realidade, ele freqüentemente chamava a atenção ao fato de que podia provar o que dizia, citando declarações de Jesus (I Co 7.10).

Além disso, as visitas dos apóstolos não eram uma super visão ou uma sanção apostólica, mas um desejo de estabelecer igrejas.

Foi assim que Pedro e João ajudaram a Felipe (8.14). Mas não disseram o que ele deveria fazer em seguida. Primeiramente, um anjo e depois o Espírito Santo deu-lhe orientação (8.26,29). Quando alguns discípulos, cujos nomes não são mencionados, levaram o evangelho aos gentios em Antioquia, Barnabé foi enviado para ajudá-los. Ele também era apóstolo (14.14), mas a ênfase recai no fato de ser um homem bom e cheio do Espírito Santo, e não os apóstolos, quem dava a orientação. Por essa razão, temos razões justificáveis para nos referir a este livro como Atos do Espírito Santo.

Desde o princípio, percebe-se a preeminência do Espírito Santo. Não somente as últimas palavras de Jesus foram dadas mediante o Espírito Santo, mas também essas instruções tinham a ver com Ele.



PROMESSA DO PAI



Em seguida, Jesus mandou-lhes esperar a promessa do Pai, identificada como batismo no Espírito Santo. É assim chamada, porque foi Ele quem providenciou o derramamento prometido, conforme Jesus já lhes ensinara. Ele pediria ao Pai e este enviaria o Espírito Santo.

A ordem de Jesus, para que os discípulos não se ausentassem de Jerusalém, foi necessária somente para essa ocasião. Não havia mais necessidade de protelação, depois do dia de pentecostes. Mas o pentecostes, com seu simbolismo de colheita era importante no propósito do batismo no Espírito como poder para o serviço, especialmente nas searas deste mundo (1.8).

Foi um período de preparação? Alguns entendem assim. Mas a evidência é que a preparação foi feita durante os 40 dias, pelo próprio Jesus. Ele os ensinou, lidou com Pedro, renovou a comissão deles, e depois lhes ordenou que não iniciassem o ministério até que fossem revestidos de poder. Esse não era um empreendimento humano. Não deviam empregar sua própria engenhosidade para conquistar novas maneiras de difundir o evangelho. Deviam ser guiados pelo Espírito Santo que assumiria o comando.



VENTO E FOGO



Os sinais que antecederam o derramamento pentecostal fazem uma conexão entre ele e as experiências do Antigo Testamento, bem como as promessas daquela aliança. O dia de pentecostes era a festa da colheita dos frutos da terra. Para a igreja, marcava o dia em que a colheita espiritual, esperada há tanto tempo, começaria. Mas, antes de vir o derramamento do Espírito Santo, dois sinais incomuns estabeleceram maior relação com o simbolismo do Antigo Testamento. Primeiro vem do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso. Embora não houvesse vento físico, o som encheu a casa. No Antigo Testamento, o vento era um símbolo constante do Espírito Santo. O som de um vento impetuoso, de um vento que traz em si poder, sugere que era mais do que “o respirar do Espírito” na regeneração que traz a nova vida. Mais uma vez, trata-se do poder para o serviço.

Surgiram então, “línguas repartidas como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles”. A palavra “repartidas” significa “distribuídas”. Apareceu algo semelhante a uma grande chama sobre os discípulos. Em seguida, desfez-se, e repartiu-se em várias línguas que pousaram sobre as cabeças de cada um deles.

Um só sinal fazia parte do batismo pentecostal. Todos os que foram cheios do Espírito Santo começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concediam que falassem. Isso quer dizer que faziam uso das suas línguas, dos seus músculos. Falavam, mas as palavras não brotavam das suas mentes ou do seu pensamento. O Espírito Santo lhes concedia que falassem, e expressavam as palavras com ousadia, em voz alta, e com unção e poder. Os 120 falavam em idiomas que foram compreendidos por pessoas de diversas nações. Esse fato testemunhou a universidade do dom e da unidade da igreja.



A PROFECIA DE JOEL É CUMPRIDA



Depois de provar que os 120 não estavam embriagados, Pedro declarou que o que viam e ouviam (2.23) era o cumprimento de Joel 2.28-32. A promessa sobre o derramamento do Espírito Santo cumpria-se diante dos olhos deles. Filhas e Filhos de Israel profetizavam, cheios do Espírito Santo e falavam sob sua unção.

Desde o dia de Pentecostes, vemos o Espírito Santo operando na Igreja na igreja, no ensino, nos milagres, nas plenitudes, nos batismos, mas, acima de tudo, na disseminação do Evangelho e no estabelecimento da igreja.

A primeira evidência da obra do Espírito Santo foi à capacitação dos apóstolos a fazer discípulos. Esse discipulado foi de experiências: o conhecimento da doutrina dos apóstolos, comunhão, partir do pão e orações (At 2.42).

Parte dessas atividades realizava-se no templo, pois muitos crentes o freqüentavam diariamente (At 2.46), e os apóstolos lá compareciam todos os dias, ensinando e contando as boas novas de Cristos (3.1; 12.26; 5.42). Mas faziam a mesma coisa diariamente, de casa em casa (5.42).

Essa comunhão, essa união no Espírito, deu-lhes fé, amor e solicitude uns pelos outros, que os levava a compartilhar seus bens com os que precisavam.

A adoração, a comunhão com Deus, o partir do pão, o evangelismo e os milagres, todas essas coisas concretizavam uma experiência unificada no Espírito Santo.

Evidência marcante de supervisão na igreja pelo Espírito Santo era a concessão dos dons espirituais, com o propósito de satisfazer novas necessidades e de enfrentar novos desafios. O livro de Atos cita alguns exemplos destas bênçãos sobre indivíduos em particular, e sobre a coletividade. Por falta de espaço, Atos cita apenas alguns exemplos do que acontecia freqüentemente. A cura do coxo na porta formosa é uma amostra dos muitos sinais e maravilhas realizadas pelos apóstolos (At 2.43; 3.1-10).



MILAGRES EM ATOS DOS APÓSTOLOS



Os milagres ocupam parte evidente de Atos dos apóstolos.

• Atos começa com as aparições do Jesus ressurreto aos discípulos (1.3)

• Em seguida, diante dos olhos deles, Jesus sobe ao céu (1.9).

• No pentecostes, surge a primeira manifestação milagrosa e visível do Espírito Santo, nas línguas de fogo (2.3).

• Sinais e maravilhas são operados pelos apóstolos (2.43).

• A cura de um aleijado, à porta do templo (3.7-11), causa profunda impressão sobre toda a cidade (4.16,17).

• Deus responde à oração mediante um terremoto (4.31)

• Morrem Ananias e Safira (5.5-10).

• Continuam os sinais e maravilhas operados pelos apóstolos (5.12).

• Muitas pessoas das cidades vizinhas são curadas pela sombra de Pedro (5.15,16) – A narrativa é semelhante aos dias de Jesus na Galiléia.

• As portas de uma prisão são abertas por um anjo (5.19).

• Estevão realiza grandes sinais e maravilhas (6.8)

• Em seguida, Felipe operava grandes sinais e milagres (8.6,7,13), e muitas pessoas crêem.

• Saulo é convertido por uma voz direta do céu (9.3-9).

• Diante da palavra de Ananias “algo como escamas” caíram dos olhos de Saulo (9.17-18).

• Em Lida, Pedro cura Enéias, e a região inteira é convertida a Cristo (9.32-35).

• Em Jope, Pedro ressuscita Dorcas dentre os mortos, e muitos crêem no Senhor (9.40-42).

• Cornélio é convertido pelo aparecimento de um anjo e pelo falar em línguas (10.3,46).

• Uma voz da parte de Deus envia Pedro até Cornélio (10.9-22) e o milagre que se segue convence os judeus de que Pedro agiu corretamente (11.15,18).

• A porta de uma prisão abre-se por conta própria (12.10)

• A cegueira milagrosa de um mágico leva o procônsul de Chipre a crer (13.11,12).

• Paulo opera sinais e milagres em Icônio, e muitas pessoas crêem (14.3-4).Em Listra, a cura de um aleijado leva as multidões a pensar que Paulo é um deus (14.8-18).

• Em Filipos, Paulo cura uma adivinha, e um terremoto converte o carcereiro (16.16-34). Em Éfeso, 12 homens falam em línguas (19.6), e milagres extraordinários operados por Paulo (19.11,12). Levam a divulgação ampla da palavra do Senhor (19.20).

• Em Trôade, Paulo ressuscita dentre os mortos um jovem (20.8-12).

• Em Malta, a cura que Paulo recebe da picada de uma víbora (28.3-6). Leva os habitantes da Ilha a pensar que ele é um deus, e Paulo cura todos os enfermos entre eles (28.8,9).



Se tirássemos os milagres de Atos dos apóstolos, pouca coisa sobraria. É inegável que Deus fez uso abundante de milagres ao lançar o cristianismo no mundo.

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